9 de dezembro de 2008


Perguntas-me por que livros não tenho.
Estranhas porque não os leio até o fim;
Porque nem os termino nem retenho.
Temes tu, que com tudo eu seja assim.

Qual livro que se lê até o fim,
Não quero decifrar-te num instante.
Não me instiga reter-te junto a mim
Qual livro que se guarda na estante.

Um trecho edificante me contenta;
Um capítulo já faz diferença.
Revela um verso teu, já me sustenta.

E se achas que é em vão, frivolidade,
O encontro com um verso às vezes fica
N'alma indelével pela eternidade.



Saturnino Estrada


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